domingo, 30 de abril de 2006

Peace Village

Fim de semana passado fui a um lugar chamado Peace Village. Foi minha primeira viagem pelo estado de Nova York, choveu o fim de semana inteiro e voltou a fazer frio, mas nada é por acaso, e o fim de semana foi exatamente como tinha que ser: peaceful.

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Peace Village é o centro de retiros da Brahma Kumaris na America do Norte. Eu costumava ir as aulas e palestras da BK em Sao Paulo e, na epoca, foi como um salto de qualidade na forma de eu me relacionar comigo mesma e com os outros. Eu diria que, depois do Caminho de Santiago, foi o que de mais significativo me aconteceu em termos de desenvolvimento espiritual.

Desde que me mudei pra ca, tenho pensado em retormar as aulas na BK, e entao descobri sobre Peace Village e resolvi investir um pouquinho mais em mim. A gente sempre pode escolher o caminho a seguir, e depois de um bom tempo rodando as tontas como em um labirinto, eu estou escolhendo seguir por um Caminho Suave (como quando eramos crianças, lembra?).

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O retiro foi so para mulheres, e conheci pessoas muito bacanas, profundas e interessantes. Havia um grupo de afro-americanas de uma seita (?) chamada "Sacred Womb Circle", cujos principios estao neste livro. A principio, me senti um bocado intimidada diante dessas mulheres vestidas de branco, altivas e matriarcais, até que em um dos exercicios em dupla, calhei de conversar com uma delas, Deurdra. E ela era uma pessao tao doce e batalhadora, e por uma dessas coincidencias divinas, tinhamos um forte ponto em comum em nossas vidas -- que nao vou mencionar aqui --, que chegado um ponto da conversa, ambas rompemos em lagrimas, e isso gerou uma cumplicidade muito bonita entre nos pelo resto do fim de semana.

Depois, tivemos uma serie de atividades, palestras, pausa para comida (vegetariana e gostosa) e descanso, comprinhas basicas na lojinha BK (onde refiz meu estoque de livrinhos inspiradores para ler e dar de presente) e, embora eu estivesse muito na minha e tranquila comigo mesma, tambem tentei conversar mais com as pessoas e trocar algumas experiencias.

Uma que me tocou especialmente foi a Christie. Ela mora em Queens, e pelo que entendi teve uma infancia e adolscencia muito pobre e dificil, mas nunca perdeu a fé em si mesma. Ela acaba de passar no concurso para a policia estadual, entre mais de 30 mil candidatos, e está muito orgulhosa de si mesma. Mas tem alguma coisa nao muito bem resolvida entre ela e a pessoa com quem ela vive. Dava pra sentir um incomodo profundo dela em relaçao a isso, e uma verdadeira vontade de mudar. No final do retiro, quando cada uma falou um pouco de como foi o retiro, ela nao se conteve e começou a chorar, por todas as coisas boas que havia descoberto sobre si mesma naqueles 2 dias. Claro que abriu a torneira de todo mundo, e logo eram umas 10, 15 mulheres enxugando as lagrimas... mas foi tocante.

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Algumas das meninas que participaram do retiro. A Christie é a que está no meio. No mapa, todas as escolas da BK no mundo. It's a small world after all...


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Ginger, Patty (que veio da California só para o fim de semana) e eu.

Depois de voltar de um retiro, voce sempre acha que sua vida vai mudar da noite pro dia, que toda aquela paz ja esta garantida e conquistada para todo o sempre, mas claro que nem de longe é assim. Leva tempo. Custa esforço. Todo dia. Mas vale a pena.

Como alguem disse la, paz interior é algo que se constroi "peace by peace".

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