terça-feira, 31 de maio de 2005

La que es linda es linda...

... y la que no, que se opere. (ditado gay mexicano)

Caramba, como me diverti esse fim de semana em Acapulco! Sem duvida, foi o melhor fim de semana que tive aqui no Mexico (e nao so porque era o ultimo, mas ta ai um bom exemplo de "save the best for last").

A ideia veio meio do nada, duvidei entre Guadalajara e Acapulco, e acabei decidindo por esse ultimo, mais que tudo porque é praia, e tambem porque me contaram que as baladas la sao animadissimas, e por n motivos, eu andava precisando sair um pouco da linha ultimamente.

Ja que era para aproveitar o ultimo fim de semana, que fosse em grande estilo. Desde que cheguei aqui, estava engordando um "porquinho" para me dar um gosto antes de ir embora, e olha que deu pra fazer muita coisa com as moedinhas que juntei em 4 meses. Ficamos (Gerardo e eu) num hotel bacana (Torres Gemelas é o nome do hotel... da uma ma impressao pensar que um aviao terrorista pode ataca-lo a qualquer momento, mas o preço valia o risco...), numa zona bacana e com vista pro mar.

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Quem me falou das baladas, nao mentiu, porque realmente o negocio de Acapulco gira em torno da noite, e a praia funciona mais como um lugar onde passar o dia para curar a ressaca.

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Sei que nao é educado dizer essas coisas, mas como seres humanos imperfeitos, vamos combinar que uma das sensaçoes mais gostosas do mundo é disfrutar um dia util com muita futilidade, sabendo que a maioria dos mortais, nesse exato momento, esta trabalhando. É so me dar uma chance, que na menor provocaçao, eu faço isso.

E assim como ha algumas segundas-feiras atras, me deliciei em uma siesta no Central Park, fui feliz passando boa parte dessa segunda-feira na beira da piscina, jogando conversa fora, falando muita besteira, rindo muito, tomando cerveja e pensando na vida, olhando pro mar...

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Gastei umas tantas paginas do meu caderninho de anotar a vida refletindo sobre as experiencias dos ultimos meses, e particularmente sobre certas atitudes nonsense que tem sido mais recorrentes do que eu gostaria.

Sempre soube que viajar -- em todos os sentidos -- pode ser uma mega ferramenta de auto-conhecimento. O fato de estar so consigo mesmo, a liberdade de estar em um ambiente diferente, o contato forçado que se tem com o novo, e tambem a convivencia (até certo ponto forçada) com uma pessoa ou um grupo, sao uma oportunidade de experimentar os proprios limites e descobrir uma porçao de coisas sobre si mesmo.

Esses dias em Acapulco foram uma pequena viagem dentro de uma viagem maior, que termina dentro de uns poucos dias, e que certamente vai me deixar um saldo de coisas em que pensar e digerir nas proximas semanas.

Profissionalmente, sei que alcancei resultados importantes, uma maior confiança de que sei fazer bem o que sei fazer bem, e outra perspectiva em relaçao aos meus gostos e prioridades. Mais que tudo, tive um banho de liçoes sobre diferenças culturais, relacionamento profissional e confiança (para o bem e para o mal).

Emocionalmente, tive experiencias absolutamente desconcertantes e reaçoes ainda mais inesperadas. Provavelmente foi o aspecto que mais me surpreendeu nisso tudo. Eu me achava muito mais preparada para enfrentar um afastamento prolongado de casa, mas no fundo, vi que nao sou tao independente assim. Alias, quem disse que eu era? No fim das contas, acho que eu tambem estou esperando pelo principe encantado que vai me salvar e resolver todos os meus problemas!

E espiritualmente, creio que consegui manter uma disciplina necessaria para garantir um nivel minimo de equilibrio, fundamental para mim. O fato de estar rodeada de pessoas basicamente desconectadas de uma meta espiritual nao foi exatamente a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Mas as vezes (dizem) é necessario dar um passo atras para agarrar impulso para um passo mais largo adiante. Vai ver é isso...

segunda-feira, 30 de maio de 2005

Acapulco!!!

Hoje é segunda-feira. Onde voce esta? Eu estou em Acapulco... :)

sexta-feira, 27 de maio de 2005

Dea on-line (parte I)

Ate que o curso de ontem foi bacana. Menos do que eu esperava, na verdade, mas tudo bem. Nao sei se o publico entendeu boa parte do que eu falei (me da meeeedo! quando nao tem muitas perguntas no final) e nao porque o meu espanhol é muito ruim, mas segundo a Rosario, o nivel da palestra estava muito alem do universo...

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Os alunos, cerca de 40, todos acordados!

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"Que parte voces nao entenderam?"

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Bate-papo com os editores no final do curso

E cade todo mundo que disse que ia estar online??? Nao recebi nenhuma pergunta de voces!

Mas quinta que vem tem mais. Espero voces em http://www.redalyc.com!

quarta-feira, 25 de maio de 2005

Felicidade

"I never dreamt that I would get to be
the criature that I always meant to be"

-- Pet Shop Boys

Ando numa felicidade dos deuses ultimamente. Tantas, tantas coisas boas acontecendo, tudo dando certo, uma grande mudança na minha vida, nunca pensei que chegaria tao longe, mesmo sabendo que era o que eu sempre quis, e que eu sempre consigo o que quero. Parece presunçao da minha parte dizer isso, e sei que ja me desaprovaram e tiraram sarro da minha cara por causa disso, mas quem me conhece *bem* sabe que é verdade (e quem falou teve que engolir)!

Pra completar a felicidade desses dias, ontem fomos comer pozole (que eu adoro!), liguei em casa para ouvir a voz do A. na secretaria eletronica perguntando por mim e lhe mandei um telegrama sobre a minha chegada, compraram minha passagem de volta para o Brasil, e estou bastante entusiasmada com o curso de amanha.

E so pra nao dizer que tudo sao flores, depois de mais de uma semana de espera, ontem recebi um e-mail mal-humorado do Micah que foi uma pedrada na moleira. E eu la tenho culpa de que a vida é dura? Como diz o Gerardo, "querias verga, no?"


Ouvindo: Caetano - Chuva, suor e cerveja

Em busca das Glórias perdidas

Sabado passado fui pra balada. Ainda nao tinha saido para dançar aqui, e o Gerardo me levou numa danceteria gay -- outra experiencia nova para mim. Fomos com "la bruja" e seu marido, recem-chegados de uma viagem chiquerrima pela Espanha, Italia, Egito e Grecia. Acabamos uma garrafa de tequila entre os tres, porque "la bruja" nao bebe, e logo me dei conta de que meu figado ja nao é mais o mesmo. Acabei a noite na fase "cadeira voadora" da bebedeira, e como o Gerardo nao estava muito melhor do que eu, acabamos dormindo no sofa de "la bruja", e acordamos de ressaca no pais das
maravilhas.

É que a casa deles é algo assim, um mix de estilos de decoraçao, que vai das colunas classicas ao feng-chui, passando por tudo o que se pode imaginar: tem sereias, arlequins, plantas de plastico, uma mascara de Tutancamon, cristais, uma fonte, duendes, e uma naja de "puro ambar" comprada na ultima viagem, ou seja, um cenario perfeito para uma "viagem quantica"... Mas ate que acordamos numa boa, talvez o ambiente zen tenha nos ajudado a curar a ressaca - ou pensar que continuavamos bebados? - e as 11 da manha ja estavamos na rua para a missao do dia: compras!

Pra começar, fomos comer chilaquiles e tomar um cafe no "Hola amigo" -- que é como chamamos qualquer turista estrangeiro, desses que andam por ai achando que falam espanhol, e por extensao, tambem a lanchonete do albergue da juventude no centro da cidade. É um lugar simpatico, otimo para ver gringos e ser visto por eles, e quem sabe ate fazer algumas amizades. Mas no nosso estado recuperativo, a ideia era so olhar mesmo.

Aproveitei o passeio no centro para fazer as ultimas comprinhas de souvenirs e lembrancinhas tipicas. Estava na minha lista de encomendas um carregamento de "Glorias", um doce tipico do norte do Mexico, que eu e a Debora provamos em Puebla e adoramos, mas é um tanto dificil de se encontrar por aqui.

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Depois de muito andar, descobrimos que o unico lugar onde conseguiriamos encontra-las seria no mercado de doces onde os lojistas se abastecem. Nao por acaso, o tal mercado fica num bairro bem pouco recomendavel, perto do centrao. E la fomos nos para o Bras... digo, La Merced. Essa foi a aventura do dia. Entre camelos, pedintes e prostitutas, finalmente encontramos as Glorias, por 20% do preço que eu pagaria no aeroporto. Valeu muito a pena!

Mas ainda nao acabou. Depois de chegarmos em casa cansadissimos, ainda me faltava a grande compra do dia: meu narguile! Finalmente fui comprar a base de vidro que tinha quebrado. É que, por pura coincidencia, conheci em Zipolite o cara que importa os narguiles para o Mexico, e como eu sou jovem, bonita, simpatica e inteligente, ainda consegui um bom desconto.

Marcamos de nos encontrar no metro, e foi uma cena tao bonita, os dois sentados no chao da plataforma, discutindo cores, tamanhos e detalhes de um narguile e qual é o melhor sabor de fumo... mas o importante é que agora tenho outra vez um narguile egipcio, ainda mais lindo que o primeiro. Me falta arrumar um nome exotico para ele.

sábado, 21 de maio de 2005

Mais uma de amor

"Perdi meu amor
No paraíso
Dou tudo que eu tenho
Por um aviso

Seja sob sol
Ou debaixo de chuva
Minha alma geme por você

(...)

Vocês podem estar pensando
Que ele foi embora
Mas está quase voltando
(Não demora)
Ou ele foi pra muito longe
(Felicidade!)
Onde estás que não respondes?"


Roendo as unhas, e tentando ainda achar razao no Chico...

quinta-feira, 19 de maio de 2005

O Chico ta certo...

"Nao se afobe nao, que nada é pra ja
O amor nao tem pressa, ele pode esperar
Num silencio
Num fundo de armario
Na posta restante
Milenios, milenios no ar

E quem sabe entao o Rio sera
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virao explorar
Sua casa, seu quarto, suas coisas, sua alma, desvaos
Sabios entao tentarao decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos
Vestigios de estranha civilizacao

Nao se afobe, nao, que nada é pra ja
Amores serao sempre amaveis
Futuros amantes quiça se amarao, sem saber
Com o amor que um dia deixei pra voce"



Faz uns dias recebi um verso dessa musica num e-mail e agora estou com ela na cabeça, ouvindo repetidamente (outro habito que ganhei aqui, o de ouvir varias vezes seguidas a mesma musica ou CD). Claro que nao é sem motivo.

Mas é isso ai, Ro, acho que o Chico esta certo... "nao se afobe, nao, que nada é pra ja..."

Dea on-line

As tecnologias de comunicaçao sao uma coisa maravilhosa, nao? Pra começar, se nao fosse por elas, eu nao poderia manter meus amigos tao atualizados sobre o que me passa aqui, eu estando tao longe da minha terra. E tambem, tecnologias de informaçao é primordialmente com o que trabalho, e por isso me empolga tudo o que tenha que ver com o assunto.

Ja disse que nao gosto de falar de trabalho nesse blog, mas hoje aconteceu algo super legal. Como parte do minha colaboraçao aqui, estamos organizando um curso para os editores de revistas cientificas da Universidade, em quatro sessoes, as quintas de manha, sendo que a primeira foi hoje. Achei que o programa do curso ficou bem legal (modestia a parte, eu que bolei a estrutura basica) e vamos dividir as aulas entre Rosario, Eduardo, Arianna e eu.

Pois é, mas a parte bacana é que o curso esta sendo transmitido online, de modo que semana que vem serei eu que estarei dando aula pela Internet. Que moderno, nao?

Entao, vamos la: proxima quinta (26), das 9h as 13h (horario do Mexico; no Brasil sao duas horas a mais), acesse a URL abaixo e clique no quadro que diz "Curso de calidad editorial" para me ver. O acesso é gratuito.

Link: http://www.redalyc.com

Gracias por acompañarnos! :)

terça-feira, 17 de maio de 2005

It's a gay gay world

Esqueci de comentar aqui sobre um dos filmes mais bacanas que vi ultimamente: "O Clube dos Coraçoes Partidos" (The Broken Hearts Club, 2000).

O filme nem teria chamado minha atençao se nao fosse por aquela gracinha do Zach Braff no elenco (sim, o mesmo que atuou e dirigiu em "Tempo de voltar" -- vide post de 04/04), mas o filme todo vale a pena. Aqui, ele faz papel de gay e toda a historia gira em torno das aventuras e desventuras amorosas de uma turma de amigos gays (que pela primeira vez vejo retratados como gente comum que sao... me lembrava demais de varios amigos meus, cada um com seu estilo, basico). É uma especie de "Sex and the City" em versao gay (porque no fundo os males de amor sao sempre os mesmos, nao importa o genero...). Divertidissimo!

Como nao podia deixar de ser, quem me emprestou o dvd foi o Gerardo. É incrivel, mas toda mulher que se preze tem um melhor amigo gay, talvez porque assim a gente nao tenha que se preocupar com a concorrencia. A gente passa uns momentos otimos juntos, ja temos nossas piadas internas e expressoes proprias das nossas conversas (e ainda podemos dormir na mesma cama sem problemas).

Percebi que a medida que a minha amizade com a Rosario ia se desgastando, minha empatia com o Gerardo foi aumentando, o que fez com que minha amizade com a Rosario se desgastasse ainda mais, ao mesmo tempo que a empatia com o Gerardo aumentava. Da pra entender?

Tenho em minha opiniao que o Gerardo é uma pessoa maravilhosa. A Dé, quando esteve aqui, passou um bom tempo com ele e tambem ficou encantada com a gentileza e atençao sincera que ele dispensa as pessoas. Talvez ela nao tenha pego o lado mais "gay" (no bom sentido, claro... como "alegre") e desvairado -- que, como eu, ele so abre para os mais chegados. Mas ainda assim, ele sempre tem suas tiradas de bom humor. E que otimo tem sido para mim conviver com alguem como ele! Em algumas ocasioes, foi ele quem praticamente me tirou do abismo emocional em que me meti aqui.


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E so ele pra tirar sarro e me fazer rir das minhas tendencias a la oriente-medio e working class!!!

Meanwhile... (veja o filme e entenda :))


Ouvindo: Rasha - Azara Alhai (do CD Putumayo presents Romantica)

domingo, 15 de maio de 2005

Ser feliz, segundo Buda

Tem gente que nao concebe isso, mas eu realmente gosto de morar sozinha. Ou de estar sozinha, como seja.

Adoro, por exemplo, como agora, estar em casa sem nada pra fazer, tomar uma cervejinha comigo mesmo -- tambem podia ser um cha, dependendo do dia --, ouvindo as musicas que eu gosto, curtindo o sol que entra pela janela, pensando bobagens sobre a vida. Tao facil ser feliz.

Tambem adoro receber os amigos, é certo. Mas isso é outra historia. Porque tem coisas que a gente so faz quando ninguem esta olhando, e outras que a gente faz pra si mesmo como se estivesse recebendo uma visita, ou como se fosse um presente. Eu, pelo menos, sinto assim. Deve ser porque eu gosto muito da minha propria companhia (se voce nao suporta estar sozinho consigo mesmo, deve ser mais dificil...).

Eu me divirto preparando comidinhas para mim, organizando meu espaço e minhas contas, perfumando a casa com incenso, tirando uma soneca gostosa no meio do dia. Igualmente poderia fazer outras coisas tao divertidas quanto, como ir ao cinema, ou ao supermercado. (Alias, ja reparou como é perfeito ir ao cinema sozinho? Voce pode chegar 1 minuto antes de começar a sessao e sempre vai achar um lugar otimo bem no meio da plateia!).

As vezes, eu me culpo um pouco por focar a minha vida nos meus lazeres e prazeres, e pensar tao pouco em trabalho e responsabilidades. Sim, elas estao ai e nao necessariamente as ignoro, mas sinceramente, acho que ja esta na hora de assumir que meu projeto de vida nao é ser uma pessoa responsavel e trabalhadora, e sim viver intensamente, perdidamente, apaixonadamente, impreterivelmente, hoje e ate quando durar.

Estou fascinada com um artigo que li esses dias sobre os ensinamentos de Buda a respeito da impermanencia. Mudar é parte essencial da nossa natureza, assim como envelhecer, ir perdendo a saude, morrer, e sofrer as consequencias das nossas açoes. Simplesmente nao ha como escapar dessas coisas. Se eu pudesse me manter consciente dessas verdades -- e aceita-las -- todo o tempo, certamente seria muito mais feliz todo o tempo. E cada um de nos tem seus pontos mais faceis ou mais ruidosos de se aceitar nessa filosofia toda.

Essa semana, pela primeira vez, me olhei no espelho e me vi com 30 anos. Tambem nao ha como escapar dessa sensaçao estranha de dar-se conta da realidade, o bom e velho "cair a ficha". Nao é o fato em si que me incomoda, essa parte de ficar velho eu ja entendi. O que incomoda sao esses 5 segundos entre saber e aceitar. A morte é outro ponto que tampouco me causa muito susto (a dos outros, entenda-se... lidar com a ideia de que um dia eu vou morrer ainda é dificil, as vezes).

Conversando com o Gerardo esses dias, a gente chegou a conclusao de que, num relacionamento -- ou melhor, no final de um --, é muito mais facil superar a morte do que o abandono (E quem vier me dizer que a parte que abandona tambem sofre, é porque nunca tomou um pe na bunda). Nao me esqueço de um trecho de Schoppenhauer, que vou citar de memoria porque nao me lembro o nome do livro agora, onde ele questionava: quando um animal devora outro, o que é maior, o prazer de quem devora ou a agonia de quem é devorado? De qualquer forma, é de lei que esse ai tambem sera devorado um dia...

Seria uma inverdade (olha que palavra bonita e delicada) dizer que sempre penso nas consequencias das minhas açoes. Vez-em-quando, faço e digo coisas tao imbecis que, na hora de lidar com as suas devidas consequencias, nao acredito como nao fui capaz de pensar em algo minimamente melhor ANTES. E nao adianta nem se arrepender ou pedir desculpas. Ha situaçoes em que pedir desculpas so serve para manter os dentes no lugar, as vezes nem isso.

Mas enfim, a parte boa que consigo tirar de todos esses ensinamentos de Buda é que TUDO MUDA, de modo que nada pode ser ruim, nem bom, pra sempre. E mesmo as decisoes mais equivocadas acabam se transformando em outra coisa e de tudo se tira proveito.

Eu, que ha uns dias atras andava deprimidissima -- provavelmente porque estava contrariando minha natureza, tentando ser uma pessoa trabalhadora e responsavel -- mal acredito que hoje esteja nessa paz, de bem com a vida e feliz. Claro que tem uma serie de fatores que interferem no meu estado de espirito: viajar, estar com alguem especial, ter a perspectiva de voltar em breve para a minha casa e mais umas boas novas que andam pintando, ajudam muito.

Ler o blog da Si tambem é sempre uma inspiraçao pra mim. Cada vez que eu passo la, tenho vontade de ir a um psicoanalista, porque ela se coloca umas questoes que me fazem pensar em pontos da minha existencia, desses que a gente so ousa tocar quando tem alguem por perto pra assoprar, sabe? Esses dias, ela falou algo sobre viver uma vida "de plastico", ou seja, de mentira, tentando ser o que nao se é. Entao eu me toquei que, no fundo, bastou eu assumir o que sou e voltar a agir de acordo com a minha natureza pra ser feliz outra vez.


Ouvindo: a trilha sonora de Before Sunrise/Before Sunset. Veja (ambos) filme(s), compre o disco, apaixone-se!

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quinta-feira, 12 de maio de 2005

C'est insoportable!

Desisti das aulas de frances na Aliança Francesa aqui em Toluca. Desde a primeira aula, eu e a professora ja tinhamos percebido que eu estava um bocado mais adiantada do que o resto da turma, e no decorrer das aulas eu me dei conta de que nao é o caso de que eu seja uma aluna excepcional, mas a aula dela que é muito lenta (para o meu gosto?). Ela diz que da aula ha mais de 20 anos na Aliança, e realmente parece conhecer bem o idioma e a cultura, tem uma pronuncia impecavel, mas o problema é que so ela fala na aula, os alunos nao. Como é que eu vou aprender a falar frances se no lugar onde supostamente eu deveria poder praticar eu nao tenho chance?

Depois de me aborrecer - e faltar a algumas aulas - nas ultimas 2 semanas, resolvi comentar isso com ela ontem. A resposta que me deu foi que ela "esta apenas seguindo o metodo". Mas, vem ca, depois de mais de 20 anos, que parte ela nao entendeu que se é so uma questao de seguir o metodo, eu posso fazer isso na minha casa, com os livros e o CD? O Instituto Universal ta ai pra isso ha anos.

Essa é a parte chata de ter começado a aprender o idioma com um professor muito bom. O Luis Antonio, que me deu aulas no primeiro nivel na Aliança da Vila Madalena/Sumare, foi um excelente professor. Ele nao acredita, porque eu chegava atrasada em todas as aulas, mas eu fiquei fascinada pela lingua francesa por causa das aulas dele. O mesmo aconteceu com o espanhol, quando tive aulas com o Anton no nivel basico da FFLCH. Depois dele, nao tive nenhum professor (de espanhol) que chegasse aos pes, em materia de didatica.

Bom, mas isso nao significa que eu desisti de aprender frances. Muito pelo contrario, ate o final desse ano eu quero estar afiadissima (ou pelo menos conseguir pedir um quarto de hotel com calefacao em Paris -- e ainda negociar um desconto).

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Brasil x Mexico

Ontem, Mr. M. foi me buscar no aeroporto, me trouxe ate Toluca, e acho que nunca tinha sido tao legal. Conversamos pacas, principalmente falando mal dos mexicanos e estivemos de acordo em duas coisas muito importantes: primeiro, que nao ha nada aqui que seja melhor do que no Brasil (comida, gente, musica, roupa, clima, belezas naturais, economia... enfim, so nao entramos no merito do tequila, mas fora isso, nada); segundo, que deve ser muito mais dificil ficar deprimido em Nova York do que em Toluca.

Logo, entramos de acordo sobre outras coisas tambem, mas quanto ao gosto musical ambos ficamos devendo... Nunca imaginei que ele gostasse de samba (tanto como eu de Bob Dylan)!!!

NYC rulez!

Ter ido para Nova York nesse fim de semana/feriado foi a melhor coisa que eu poderia ter feito nesse momento. Precisava de outros ares, ver gente, me sentir bem, e tudo isso e muito mais rolou nesses dias. Foi super gostoso porque dessa vez nao foi visita de turista (juro que nao cheguei nem perto da Times Square e do Empire State Building). Pelo contrario, fizemos coisas tao mundanas como ir ao supermercado, cozinhar e assistir um video em casa, e tambem coisas ainda mais mundanas como encher a cara de cerveja e tequila num boteco (?!) do Brooklyn e tirar uma soneca à tarde deitados na grama do Central Park, sem contar as comprinhas no mercado de pulgas e nas casas de chá. Senti como se ja estivesse morando la... nao é o maximo?

O clima estava uma delicia, apesar de um pouquinho frio, mas so o suficiente para manter o charme de inicio-de-primavera-em-nova-york, e o sol deu as caras quase todos os dias. E tres pessoas fizeram esse fim de semana especial: a Valeria, o Micah e o James.

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Valeria gatona (como diria o Julio!) e eu

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Nos e o Micah

Nem me lembro a quantos anos eu nao via a Val, mas o legal é que toda vez que a gente se encontra é como se tivesse sido ontem. Fiquei feliz de ver que ela estava super entusiasmada com o lance de morar em NYC, apesar das dificuldades, que sempre tem. Pena que justo no fim de semana ela tinha que trabalhar o dia todo num restaurante bacaninha em Nolita e acabamos desencontrando um bocado. E sei que dei a maior mancada com ela, porque acabei passando a maior parte do tempo com o Micah, mas... o que posso dizer? Meu "enamoramicahmento" (© Juana Maria Berbería Rosa) venceu.

E ele, que é um fofo, foi ainda mais fofo comigo esses dias. Saimos, passeamos, rimos, comemos, dormimos e conversamos pacas, sobre muita coisa: culinaria, musica, arte, relacionamentos, viagens, politica, futuro. Tudo em dois idiomas. E me apresentou o irmao dele, Zach, que é um cara bem bacana e descoladissimo (fora que estava totalmente bebado, mas, enfim, estavamos todos bastante bebados). Dai ja eram tres idiomas. Quase todo o tempo estivemos no Brooklyn, e apesar de ele tentar me convencer de que é um lugar legal para morar, minha ideia de NYC ainda é Manhattan. Mesmo assim, deu pra ver que tem coisas bem legais la. O Jardim Botanico, por exemplo, é um desbunde, ainda mais agora na primavera, quando as cerejeiras estao floridas (segundo o folheto, eles tem uma das melhores esplanadas de cerejeiras fora do Japao) e todas as flores tem um perfume magnifico.

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O Brooklyn Museum tambem é show de bola e morri de pena que chegamos muito tarde e nao tivemos tempo de ver toda a exposicao do Basquiat (de graça, tu crees?) e do Rodin, que eu acho barbaro.

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*****

E no sabado (antes, portanto, porque o passeio no Brooklyn foi domingo) finalmente conheci o James, e passei praticamente todo o dia com ele.

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Breve historico: conheci o James pelo site CouchSurfing quando, em outra(s) ocasiao(oes), nao lembro quando, estava procurando um lugar para passar uns dias em NYC. Ficamos trocando e-mails e, quando vim para o Mexico e ele soube que eu estava trabalhando em uma biblioteca eletronica, se interessou em vir passar um tempo aqui colaborando no projeto (ele é analista de sistemas). Agora, ja chegamos a conclusao de que nao vai rolar, mas a amizade continua valendo.

Tomamos cafe da manha juntos num restaurante latino (porto-riquenho, talvez?) e ele me levou por uns cantos maravilhosos do East Village, fomos ao mercado de pulgas em Chelsea, demos um passeio descompromissado por Chinatown, tomamos cha num lugar super gracinha e terminamos jantando num restaurante etiope (comida exotica, deliciosa, mas com um atendimento sofrivel). Nas palavras dele, ele tenta ser "um cara legal", e consegue. É um cara "pra casar". Deu uma dor no coraçao ter que dizer pra ele que eu ja estava saindo com alguem la... Achei-o inteligente e bem humorado (outra coisa, impressionante, ele é a cara do RK!), fomos descobrindo muitas coisas em comum (outras nem tanto) e a conversa foi facil e gostosa o dia todo. Eu adorei.

Mas americanos sao americanos, e é sempre um espanto depois de passar um dia inteiro numa boa como grandes amigos, voce se despede da pessoa com um "goodbye" xoxo e nem um abraço -- tres-beijinhos entao, nem pensar! Parece uma falta de educação, mas para eles é o contrario. Isso me choca, de verdade.

Pra terminar, como faz tempo que eu nao faço um ranking, ai vai a minha lista das 5 melhores coisas dessa viagem (nao necessariamente nessa ordem, que ai ja é demais):

* tirar uma soneca em plena segunda a tarde deitados na grama do Central Park (detalhe na foto: meus pezinhos descalços ao lado dos do Micah...);

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* passear pelo East Village, papeando com o James. Na foto, ele me pegou de surpresa enquanto passeavamos pelo mercado de pulgas, e a seguinte é um dos jardins comunitarios do bairro;

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* ver o Micah cozinhar -- e depois comer, claro, porque ele é um gourmet, trabalha em restaurantes e tem um gosto fantastico para comida e vinhos. O menu de sabado foi penne arabiatta, e o de segunda, risoto organico de lima da Persia, algo assim, absolutamente exotico e delicioso... da pra resistir?

* ficar adivinhando os idiomas que o povo fala no metro;

* descobrir que o Brooklyn é legal (mas mesmo assim, eu nao moraria la).

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Ouvindo: Sting - The shape of my heart

Descoberta musical fundamental: Gecko Turner (ouça! é tudo!!! o big hit é "Limón en la cabeza")

quinta-feira, 5 de maio de 2005

A heart in New York

Falou em feriado, a primeira coisa que penso é: "pra onde vou?". Dessa vez, nao tinha muito o que pensar. Amanha, la vou eu dar outra mordida na Big Apple!

terça-feira, 3 de maio de 2005

Tres vezes hoje, sempre

Hoje é aniversario da Dé. Liguei la em casa e estava rolando a (tradicional) festa com toda a turma. Se repete todo ano, ja nao é nenhuma surpresa, mas continua porque é sempre bom. Com o simples ruido que vinha pelo telefone, tao familiar, posso imaginar cada detalhe da festa, inclusive os que ja nao estao fisicamente presentes, como as risadas da minha mae. Qualquer um que frequente a nossa casa nao pode deixar de admitir que ela continua presente ali, sempre, em qualquer ocasiao -- e talvez mais ainda nas festas de aniversario da Dé, impossivel esquecer.

Hoje tambem é aniversario do R., que nasceu exatamente no mesmo dia e ano que minha irma. Como é possivel que um contato tao rapido tenha gerado uma empatia tao grande entre duas pessoas que mal se conhecem? Eu, pelo menos, tenho um carinho grande e gostoso por ele, que vai durar pra sempre, como todo diamante. Mesmo que seja so na lembrança.

E hoje recebi e-mail da Juana, passados tres meses sem noticias, e apenas tres dias depois de ter mandado uma carta para ela respondendo as perguntas que ela me fez no e-mail. Definitivamente, continuamos na mesma sintonia, como sempre. Cada vez mais me convenço de que correio, e-mail e telefone sao meros artificios na nossa amizade, porque no fundo nao precisamos realmente deles para saber uma da outra.


Ouvindo: U2 - Everlasting love (this love will last forever...)