segunda-feira, 14 de março de 2005

Vista panoramica

Começo a curtir a vista daqui de cima, do alto dos meus 30 anos, orgulhosamente balzaquiana (é inevitavel usar o termo...). No começo senti uma certa vertigem, mas deve ter sido so efeito da festa no sabado, que estava otima e se encompridou ate as 5 da manha, quando ja nao me aguentei mais e joguei a toalha molhada de samba, suor e cerveja.

Teve um episodio curioso sobre o meu aniversario, que se analisado sob uma otica de aprendizagem espiritual pode trazer um significado profundo de transcendencia individual no plano psico-afetivo, ainda mais considerando o relativamente recente historico emocional de relacionamentos em planos nao tao espirituais. Ou nao.

Enfim, como nao se faz 30 anos todos os dias, decidi que para essa ocasiao eu devia me dar um presente de aniversario bem bacana. E comprei um narguile. Se tem algo que quem me conhece relativamente bem deve saber - alem de que eu sou vegetariana - é que eu sou bem fã da cultura do oriente medio, especialmente da comida e do narguile. Tanto que eu ja tenho um que, lamentavelmente, tive que deixar no Brasil, simplesmente porque achei que seria "too much" traze-lo na bagagem, e tudo bem.

Mas eu nao contava com a maozinha do Destino, que colocou R. na minha vida para me levar a "La Gitane", assim como quem nao quer nada. Dai, cai em tentaçao de novo.

Descobri - ou acabo de inventar - que essa peça que eu tenho no Brasil na verdade é UMA narguile, que vou chamar de Laila, porque me parece um bom nome para uma narguile turca.

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Laila foi comprada no Kapali Çarşi (Grand Bazaar) de Istanbul, e eu tenho um grande carinho por ela, apesar de saber que é uma peça bastante ordinária por la. Desde o inicio tivemos bons momentos juntas, e a memoria afetiva que carrega nao me deixaria despreza-la jamais. So que o que eu queria agora era um verdadeiro narguile, macho, grande e imponente. E procurando aqui e ali, descobri um rapaz que vende narguiles confiaveis, embora de procedencia desconhecida, numa cidade aqui perto. E la fomos nos de excursao a Huixquilucan em busca do meu futuro presente de aniversario.

Parenteses afetivo: Rosario e Eduardo foram maravilhosos!!! Estando super ocupados esses dias, deixaram o trabalho de lado e tiraram toda uma tarde pra me levar a Huixquilucan e me fazer feliz! Eles sao muito fofos... Fecha parenteses.

E fui feliz, porque encontrei o que queria.

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Nao é lindo?

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Nos divertimos muitissimo essa noite, e o narguile teve lugar especial. Fiz um jantar arabe, na medida do possivel, porque tudo era muito dificil de encontrar aqui, mas finalmente tivemos arroz com lentilhas, taboule de couscous, hommus, coalhada, pao sirio e malabie (que sempre que eu faço, lembro da Telma).

Tambem nao podia faltar Tarkan e dança do ventre, ou seja la o que for que conseguiamos dançar depois de tanto vinho...

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Fim da festa.

No dia seguinte, quando estava na cozinha tomando café com o Gerardo, so ouvi o barulho do vidro se rompendo e a Rosario gemendo "ay-Andrea-no-me-odies-por-todo-sempre"... Limpando a mesa, ela segurou o narguile pela parte de cima (regra numero um: NUNCA suspenda o narguile pela parte de metal) e deixou cair a base... sobraram uns caquinhos.

Ainda bem que nem tinha dado tempo de ter carinho pela peça, e afinal era so um objeto, um capricho de aniversario que cumpriu o seu papel e ponto. Do ponto de vista de uma aprendizagem espiritual no plano psico-afetivo de transcendencia individual, e considerando meu recente historico de envolvimentos emocionais, isso me valeu como um exercicio de desapego. Porque nem tudo nessa vida foi feito pra durar, por mais bonito que seja.

Gostaria de te-lo chamado Yaman (o único).


Ouvindo: Tarkan - Sorma kalbim

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