segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

A primeira vez a gente nunca esquece

Sexta passada completou um mes que estou aqui no Mexico. E durante esse tempo, ainda nao tinha saido pra uma balada realmente boa, dessas de se acabar com gosto, bem nesse estilo que a gente imagina que deve ser uma festa mexicana "arriba, arriba, ayayay!". Entao, no sabado, Rosario e eu fomos para Mexico City ver o Gerardo, e mal sabiamos em que ia acabar nossa noite...

A ideia era irmos ao cinema e logo sair pra tomar umas cervejas em algum "antro" (que assim se chama qualquer bar aqui), mas a farra foi tao boa que seguiu madrugada adentro, e depois que fechou o primeiro bar, acabamos a noite em um segundo "antro" (esse sim, literalmente, merecia o nome) e vendo o dia nascer ouvindo cançoes de mariachis na Plaza Garibaldi.

Parece deprimente, ne? Mas foi SUPER divertido, juro.


Nós no 33


Cantando rancheras com os mariachis, de verdade


"Naila, di por que me abandonas, tonta, si tu sabes que te quiero..."


Efeito cerveza...

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"Ay, que bonitos ojos tienes..."

Entre as muitas coisas que aprendi essa noite, uma das que me contaram, e que ainda me lembro, sao os 10 passos de uma bebedeira:

1. Embriaguez leve
2. Embriaguez forte
3. Exaltaçao da amizade
4. Cantos e bailes regionais
5. Babel de idiomas
6. Sapatos chatos
7. Devoluçao dos petiscos
8. Empanamento
9. Beijo asfaltico
10. Cama voadora

Por sorte, nao passamos do nivel 5 e paramos na babel de idiomas, quando o pobre do taxista que nos levou pra casa ja nao devia entender nada do que falavamos, essa mescla rara de espanhol, portugues, ingles e frances que é o dom de pentecostes dos embriagados. Lembrei do TK nessa hora, mas nao cheguei a falar alemao, faltava pouco...

No dia seguinte, a unica regra é que ninguem podia acordar antes do meio-dia, e nem precisava, porque estavamos todos estragadissimos. Acordei em slow motion, me sentindo a propria Naomi Campbell, porque dormi com a boca em cima do aparelho e meus labios ficaram super inchados... hahaha!


"Bienvenidos. Esta es su casa", diz a placa na porta da casa do Gerardo. É a pura verdade sobre o dito mexicano "mi casa, su casa" :)

O Gerardo é um otimo anfitriao, e depois de passarmos pela prova de fogo da primeira bebedeira comprometedora juntos, acho que ja podemos nos considerar amigos. :) Inclusive, ele me emprestou os guias de viagem do Canada, ja que amanha estou indo pra la, tudibom!

Em tempo, no sabado vimos "Sylvia" na Cineteca, sobre a vida da poeta Sylvia Plath. Engraçado que logo antes de entrar no filme, tivemos uma acalorada discussao, regada a café, sobre gostar (como a Rosario) ou nao (como eu e o Gerardo) de poesia. Apesar de, do filme eu gostei. Pra mim, a vida dos poetas é sempre mais interessante - por rocambolesca, em geral - do que a obra que produzem.

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