quinta-feira, 23 de novembro de 2006

De volta

Só em Nova York voce esta num bar onde pagou 10 paus pra entrar e de repente ve uma canja de Bebel Gilberto e Deborah Blando, cantando um baiao de Luiz Gonzaga. Surreal.

Alias, "surreal" é a minha ultima palavra favorita.

terça-feira, 2 de maio de 2006

Inscricao na areia

"O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma."

Cecilia Meireles

domingo, 30 de abril de 2006

Peace Village

Fim de semana passado fui a um lugar chamado Peace Village. Foi minha primeira viagem pelo estado de Nova York, choveu o fim de semana inteiro e voltou a fazer frio, mas nada é por acaso, e o fim de semana foi exatamente como tinha que ser: peaceful.

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Peace Village é o centro de retiros da Brahma Kumaris na America do Norte. Eu costumava ir as aulas e palestras da BK em Sao Paulo e, na epoca, foi como um salto de qualidade na forma de eu me relacionar comigo mesma e com os outros. Eu diria que, depois do Caminho de Santiago, foi o que de mais significativo me aconteceu em termos de desenvolvimento espiritual.

Desde que me mudei pra ca, tenho pensado em retormar as aulas na BK, e entao descobri sobre Peace Village e resolvi investir um pouquinho mais em mim. A gente sempre pode escolher o caminho a seguir, e depois de um bom tempo rodando as tontas como em um labirinto, eu estou escolhendo seguir por um Caminho Suave (como quando eramos crianças, lembra?).

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O retiro foi so para mulheres, e conheci pessoas muito bacanas, profundas e interessantes. Havia um grupo de afro-americanas de uma seita (?) chamada "Sacred Womb Circle", cujos principios estao neste livro. A principio, me senti um bocado intimidada diante dessas mulheres vestidas de branco, altivas e matriarcais, até que em um dos exercicios em dupla, calhei de conversar com uma delas, Deurdra. E ela era uma pessao tao doce e batalhadora, e por uma dessas coincidencias divinas, tinhamos um forte ponto em comum em nossas vidas -- que nao vou mencionar aqui --, que chegado um ponto da conversa, ambas rompemos em lagrimas, e isso gerou uma cumplicidade muito bonita entre nos pelo resto do fim de semana.

Depois, tivemos uma serie de atividades, palestras, pausa para comida (vegetariana e gostosa) e descanso, comprinhas basicas na lojinha BK (onde refiz meu estoque de livrinhos inspiradores para ler e dar de presente) e, embora eu estivesse muito na minha e tranquila comigo mesma, tambem tentei conversar mais com as pessoas e trocar algumas experiencias.

Uma que me tocou especialmente foi a Christie. Ela mora em Queens, e pelo que entendi teve uma infancia e adolscencia muito pobre e dificil, mas nunca perdeu a fé em si mesma. Ela acaba de passar no concurso para a policia estadual, entre mais de 30 mil candidatos, e está muito orgulhosa de si mesma. Mas tem alguma coisa nao muito bem resolvida entre ela e a pessoa com quem ela vive. Dava pra sentir um incomodo profundo dela em relaçao a isso, e uma verdadeira vontade de mudar. No final do retiro, quando cada uma falou um pouco de como foi o retiro, ela nao se conteve e começou a chorar, por todas as coisas boas que havia descoberto sobre si mesma naqueles 2 dias. Claro que abriu a torneira de todo mundo, e logo eram umas 10, 15 mulheres enxugando as lagrimas... mas foi tocante.

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Algumas das meninas que participaram do retiro. A Christie é a que está no meio. No mapa, todas as escolas da BK no mundo. It's a small world after all...


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Ginger, Patty (que veio da California só para o fim de semana) e eu.

Depois de voltar de um retiro, voce sempre acha que sua vida vai mudar da noite pro dia, que toda aquela paz ja esta garantida e conquistada para todo o sempre, mas claro que nem de longe é assim. Leva tempo. Custa esforço. Todo dia. Mas vale a pena.

Como alguem disse la, paz interior é algo que se constroi "peace by peace".

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Dodói

Subi as escadas pensando: "Ainda dói. E eu sei disso porque nao consigo deixar ninguem chegar perto de mim."

Meu horoscopo de hoje diz:

"Someone special really understands your depths, but you have to be willing to give them the chance to get close to you. Yes, you've been hurt before, but that's part of life. Be brave and risk it."

P.S.1.: Depois nao querem que eu acredite em horoscopo.
P.S.2.: Sera que entende mesmo?

terça-feira, 18 de abril de 2006

We

Tem dias que tudo que a gente precisa é... aquilo que a gente tem!

"we’re born
we’re crying
we fall
we’re trying
we’relittle
we’re laughing
we’re lonely sometimes

we grow
we’re open
we’re lost
we’re hoping
we’re careful
we’re calling
we’re leaving behind

you say we need to work together
with love and care for everyone
without the fighting and the anger
you say the world could be as one

but every time that you say we
do you think about me?
‘cause every time that you say we
I hope you think about me

we’re strong
we’re chosen
we’re scared
we’re frozen
we’re hardened
we’re hopeful
we’re holding at bay

we take
we’re giving
we shake
we’re living
we’re lovers
we’re sinners
we’re running away

and if we fail to make a difference
and if our hope is almost gone
despite the fighting and the anger
you say the world could be as one

but every time that you say we
do you think about me?
‘cause every time that you say we
I hope you think about me

and every time that you say we
do you think about me?
‘cause every time that you say we
I hope you think about me"

Noa - We

sexta-feira, 24 de março de 2006

Vale Tudo

Hoje fui assistir "The Lord of the Dance", o famoso show de dança irlandesa, no Atlanta Fabulous Fox Theather.

Por acaso, o teatro fica em frente ao hotel onde estou hospedada, e como não havia nada melhor para fazer hoje a noite - a outra opçao era jantar com o pessoal da conferencia -, eu e a Noriko resolvemos ir a esse espetáculo.

Atlanta Fabulous Fox Theather

O teatro em si já valia o ingresso, porque é uma coisa linda de se admirar! O edificio é da decada de 20, e originalmente era uma mesquita, o que explica toda a decoraçao, as tapeçarias, colunas, arcos, vitrais e motivos mouriscos. Eu, que nem gosto dessas coisas, imagina só...

E ainda bem, porque nao estou absolutamente convencida de que o show valeu o que custou. Eu o chamaria de "Barbie e Ken em Sonhos de uma Noite de Verao". A coreografia sugere que o mocinho está sendo ameaçado por outro dançarino, que quer lhe roubar o título de Senhor da Dança. Ao mesmo tempo, "sofre" o assedio de uma garota que tenta tirá-lo dos braços da sua obviamente loura heroína (a Barbie em questao). Preciso contar o final da historia?

No meio disso tudo, um duende (Puck) tocando flauta e uma moça num vestido de veludo verde, cantando - no que, suponho, seja - uma cançao em gaelico.

Engraçado que o dançarino que fazia o mocinho era a cara do Alex, so que louro. Achei muito gay. O Alex acharia tudo muito etnico (piada interna... :))

Claro que eu estava torcendo para o bad guy, que era muito mais boa pinta e dançava muito melhor. Mas a Broadway ainda nao descobriu que os finais a la Maria de Fátima sao muito mais saborosos, e sao os que realmente vale a pena ver de novo.

quinta-feira, 23 de março de 2006

Batuque na cozinha

Domingo, 11 da manha. Feijao no fogo e Martinho da Vila na vitrola - sim, vitrola mesmo, porque eu honro a minha herança de discos de vinil. Nao fosse o frio, podia ser em Osasco, ou qualquer outro lugar onde uma familia brasileira media se reune para o almoço do fim de semana.

Mas e dai que eu estou em Nova York, onde faz um frio do caramba e nao da pra reunir a familia aos domingos? Ainda assim, eu me arrisquei a fazer um almoço desses que as minhas tias fariam, com arroz, feijao, torta de espinafre, mandioca frita, farofa, salada -- e, claro, muita cerveja (Brahma!!) e caipirinha.

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Pra quem nao cozinhava de verdade ha tempos, até que nao fiz feio. Pelo menos, ninguem reclamou da comida. Muito pelo contrario. Teve até brigadeiro de sobremesa, alem do queijo com goiabada que a Carla trouxe e o doce de jaca vindo na bagagem da Bahia.

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Acho que nao faltou nada, e a galera ajudou a compor o clima. Tinha nego mandando bem no pandeiro e no tamborim, um bocado de samba no pé, carnaval de Salvador rolando no DVD e aquela preguicinha basica depois do almoço, um cochilo na rede e começo de ressaca pra quem exagerou na caipirinha.

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Ao menos por uma tarde, a gente se sentiu mais perto de casa, mais dono do mundo. E da proxima vez que bater saudade, ainda sobrou um tantao de farofa, e feijao cozido no congelador.

terça-feira, 14 de março de 2006

Happy birthday!

"E melhor ser alegre que ser triste
Alegria e a melhor coisa que existe
E assim como a luz no coracao
Mas pra fazer um samba com beleza
E preciso um bocado de tristeza
Senao nao se faz um samba nao

Fazer samba nao e contar piada
E quem faz samba assim nao e de nada
O bom samba e uma forma de oracao
Porque o samba e a tristeza que balanca
E a tristeza tem sempre uma esperanca
De um dia nao ser mais triste nao

Poe um pouco de amor numa cadencia
E vai ver que ninguem no mundo vence
A beleza que tem um samba nao
Porque o samba nasceu la na Bahia
E se hoje ele e branco na poesia
Ele e negro demais no coracao"


O que nao me mata, me faz mais forte. Little by little.

segunda-feira, 13 de março de 2006

Era bem bom, sim... e ainda é!

Vou correr o risco de a Folha me processar, mas hoje é meu aniversario, e a minha colunista preferida escreveu algo que tem tudo a ver com o meu momento. Me lembra os bons tempos de CRUSP...


Era bem bom
DANUZA LEÃO

A coisa mais difícil que existe é dar uma festa de aniversário. Como temos várias personalidades temos, consequentemente, vários tipos de amigos. Juntar todos eles é difícil; muito difícil.

Tem os do PT e os do PSDB, os ricos e os pobres, os sofisticados e os totalmente simples, os intelectuais e os que nunca leram um livro, os famosos, os anônimos, e por aí vai. É bom ser versátil, mas não é fácil juntar pessoas tão diferentes que têm uma única coisa em comum: você. É nisso que dá ter colecionado gente tão diferente ao longo da vida.

[...] Fora esse pequeno problema da lista, existem todos os outros pelos quais passam todos os insensatos que resolvem dar uma festa. Às 7 da noite começa a paranóia. Será que vem alguém? [...] E a bebida? E os copos? E o gelo? Que vida; pra que foi inventar?

Marcada para as 9, às 10h30 chegam os primeiros convidados, e você, que tomou sua primeira tequilas às 9 em ponto, está na quarta, e já achando o mundo uma maravilha. [...] Como clima fino jamais animou festa alguma, é melhor começar logo com I will survive, e pronto.

Não pode se impedir de lembrar dos anos 70 [aqui é onde eu lembro do CRUSP, mesmo que isso fosse nos anos 90], quando havia festa todos os dias -e se não houvesse, se inventava. Olhando para trás, foram anos incríveis. Ninguém era rico, ninguém tinha dinheiro, ninguém trabalhava -não muito-, mas todo mundo vivia razoavelmente bem, éramos todos felizes, e as festas eram assim: para começar, nenhuma delas tinha uma só flor, nem DJ, nem jantar. Como eram inventadas de manhã, era só dizer a dois ou três amigos "hoje tem festa lá em casa" que eles se encarregavam de dizer para os outros. Como todo mundo pertencia à mesma turma, não tinha essa de telefonar para convidar, e a hora marcada era 11. A bebida era uísque nacional, e só; uísque, muito gelo, e água do filtro - nem club soda existia. E comida, nem pensar. Havia um toca-discos muito mixuruca, alguns amigos traziam uns LPs emprestados, e todo mundo tinha direito a trocar o disco na hora que quisesse.

Não era como agora que tem decorador, florista, DJ, bebidas variadas, lista na porta, manobrista - até porque pouquíssimos tinham carro. A festa não saía na coluna social, acabava com o dia raiando e o objetivo era um só: a gente se divertir.

E como se divertia.

sábado, 11 de março de 2006

Agora, sim, passado o Carnaval -- deliciosamente bem passado, diga-se de passagem - tenho a impressao de que o ano começou, e melhor ainda, tenho um pressentimento de que esse ano vai ser muito, muito melhor do que o anterior.

Voltei do Brasil faz uma semana, mas tanta coisa legal ja aconteceu, que parece que faz um mes!

Essa semana, tive um hospede do Hospitality Club aqui em casa, o Nick. Ele é muito gente fina, tem 22 anos, é alemao e está fazendo um estagio em uma ONG de direitos humanos aqui em NY.

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Na quinta, fomos jantar no Angelica Kitchen, um restaurante de comida vegan organica, que ha tempos eu queria ir. Rimos muito esse dia e tiramos um monte de fotos.

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Todos os dias de manha ele saia pra correr (as vezes, a noite tambem!), porque ele esta treinando para a maratona de Berlim. Eu até tentei fazer a linha esportista e falei que ia correr com ele um dia de manha, mas a minha vida social agitada nao me permitia dormir antes das 2 da manha e todo dia era impraticavel acordar a tempo e com disposiçao para fazer exercicio.

Mas tanto ele insistiu que deu resultado. Apesar de ele ter ido embora na sexta, no sabado pela manha venci a preguiça e corri 20 quadras! Achei o maximo, pra quem nao faz mais que alongamento e yoga umas poucas vezes por semana.

Mas outra coisa que ajudou foi o tempo maravilhoso que está fazendo aqui em NY esse fim de semana. Nem acredito que o calor esta chegando! Na sexta a noite fez 17 graus, e chegou a 22 graus durante o dia. Pra quem estava enfrentando temperaturas proximas do zero pelos ultimos 3 meses, isso é uma maravilha!

As pessoas pareciam tao felizes andando pela rua, sorridentes, leves... os homens de camiseta curta, e as mulheres, vaporosas, usando mini-saia e sandalias. Imagino como nao deve ser o verao...

Sexta foi o ultimo dia de trabalho da Carly, a estagiaria que esteve na minha equipe desde janeiro. Aproveitamos o dia lindo e o fato de que a nossa chefe estava de ferias para ir almoçar fora num restaurante mexicano, com direito a cerveja e margarita, para comemorar.

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Na volta, ainda paramos para comer bolinhos e ficamos assistindo a uma manifestaçao dos tibetanos...

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E qual nao foi minha surpresa ao chegar do almoço e encontrar um enorme buque de rosas em cima da minha mesa?

É que sexta foi tambem o ultimo dia do Akram, meu colega de equipe, antes das ferias dele. E como ele nao vai estar aqui na segunda, me trouxe flores pelo meu aniversario. Nao é fofo? O Akram é otimo, divertidissimo e muito descolado, se é que voces me entendem. Ele sempre me faz esses agrados, e eu a ele, e assim nos damos super bem no trabalho.

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Alias, essa semana no trabalho foi agitadissima. Alem de estar voltando de ferias, com o meu trabalho acumulado e mais o da minha chefe, que agora está de ferias, na terça tivemos uma mega reuniao com o Secretario Geral para discutir o relatorio dele sobre as reformas na organizaçao, particularmente em relaçao ao staff. A mim, nao afeta muito, por isso nao me desgasto. Mas pelos animos exaltados dos companheiros e pelo clima geral, a coisa parece pesada. Me senti em plena reuniao do sindicato dos metalurgicos do ABC -- nos anos 80, diga-se!

***

Hoje ainda fez um sol lindo, cerca de 15 graus. Me fez lembrar do calor do Brasil, que ainda estou em ritmo verde e amarelo. Depois do almoço fiquei em casa terminando de ler a biografia da Carmen Miranda, ouvindo Pixinguinha e bebericando uma cachaça boa. Eh, vidinha mais ou menos...

Aproveitei o fim da tarde para passear com o H. pelo Meatpacking District, que eu ainda nao conhecia. Ja quase na hora de ir embora, ele ainda quis me mostrar um restaurante bacana por ali, que por acaso era o mesmo onde fui com o Micah logo que cheguei em NY. Dali a umas quadras, paramos para olhar o menu de um restaurante novo, e de repente, quem sai do restaurante? O Micah! Quase cai pra tras... Ele está trabalhando la como gerente. Fiquei super feliz de reencontra-lo e ver como ele está bem. Mas esse mundo anda mesmo muito pequeno.

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Maratona de cinema

Uma coisa boa sobre o frio e a neve é que é uma otima desculpa para ficar em casa, o que diminui significativamente a ansiedade natural de viver em uma cidade como NY, onde ha tantas opçoes de diversao para um sabado a noite.

E, realmente, eu tinha programa para ontem, mas juntando o meu corpo dolorido por causa da aula de capoeira na quinta, a minha cama quentinha, uma pilha de DVDs para assistir, e saber que estava nevando la fora, nao tive nem duvida sobre o que fazer.

Recentemente, comprei um projetor multimidia, desses que a gente usa para apresentaçoes em Power Point, e que tem servido muito bem para montar meu cinema particular, ja que meu ape tem paredes brancas enormes e vazias.

Entao, pipocas a postos, e deliciosamente instalada debaixo dos cobertores, ontem fiz uma pequena maratona cinematografica. Comecei com o ultimo disco da quinta temporada de Sex and the City, que continua sendo meu seriado favorito, embora eu ja tenha me convencido de que o estilo de vida das personagens nao é exatamente o meu favorito in the city.

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Mas algumas falas ainda sao emblematicas (como Carry dizendo que "em Nova York, todo mundo está procurando um emprego, um namorado ou um apartamento.") ou surpreendente verdadeiras (como o namorado do Stanford tentando achar uma explicaçao para o casamento de uma senhora rica com um cara supostamente gay: "Talvez ele a faça rir."). Gostei dessa, porque me fazer rir continua sendo um dos meus 3 requisitos obrigatorios para qualquer candidato a namorado.

Na sequencia, assisti "Os embalos de sabado a noite", o classico com o John Travolta. Ja de cara, gostei muito porque o filme se passa no Brooklyn, e eu ando fascinada por esse lugar. Claro que eu tenho meus motivos. É muito facil gostar de algo quando alguem que voce gosta tambem gosta daquilo, e eu ainda gosto de quem gosta do Brooklyn. OK, voce nao precisa necessariamente entender essa parte.

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Depois de assistir ao filme, entendi porque ele é considerado um icone (do cinema, dos anos 70, da cidade, da juventude). Como é que eu nunca tinha assistido a esse filme antes? A historia é aparentemente boba, mas o modo como se desenrola envolve tantas emoçoes, sentimentos e situaçoes, que duvido que alguem nunca tenha passado por algo parecido, pensado ou agido como algum dos personagens do filme. E a trilha sonora é um delirio.

E para terminar, aproveitando que estou lendo a biografia da Carmen Miranda, assisti "Copacabana", o unico filme dela que encontrei na locadora.

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Mas pra ser sincera, dormi na metade do filme e vou precisar assistir de novo. Eu estava mais curiosa para ver como ela atuava na tela - as maneiras, os trejeitos, a voz - e casar com o texto da biografia. Foi um pouco decepcionante, porque de jeito nenhum consegui reconhece-la como uma artista brasileira, mas como mais um estereotipo latino -- sob o ponto de vista dos americanos, entenda-se bem.

Se alguem souber como conseguir os filmes antigos dela, filmados ainda no Brasil, me avise. Devem ser muito mais interessantes.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Serio

Pra mim, o Ludov é uma banda com cara de anos 80, ou pelo menos as letras me fazem lembrar um pouco uma certa inocencia que havia nas musicas daquela decada. E, em certos dias, se encaixam direitinho em mim.

"Tudo é tão difícil pra você
Quem sabe um filme antigo cairia muito bem
Às vezes é somente questão de sorrir
O mundo não esquece de você
Quem sabe um bom amigo lhe faria muito bem
Às vezes é somente questão de ouvir
O que os outros tem a dizer

Tudo é tão correto pra você
Quem sabe um novo amor lhe seria muito bom?
Um novo amor lhe faria bem
Não vejo mal algum em se incomodar
Mas tire proveito, faça direito o que lhe couber
Às vezes a questão é por quê
Às vezes a questão é por quê

É quase nada, para mim ainda é um mistério
É tão-somente alguma fase errada
POR QUE VOCE SE LEVA TAO A SERIO?"

***

E ainda... (pensando em B.)

"Eu sei, você já parou de contar as estrelas do céu
E eu não, eu não posso mais te ajudar a dizer onde estão
Seu olhar pesado me prende ao solo
E eu sei, eu não posso mais flutuar
entre estrelas do céu que você apagou

Falta um pouco de luz nos seus olhos
e me dá saudade o seu rosto brilhando ao sol
Falta um pouco de amor no seu corpo
e eu não posso te dar pois em mim faltará também

Talvez, se a gente encontrasse um lugar pra recarregar nosso amor
então, quem sabe eu pudesse enxergar vida no que nos restou
e essa estrela morta brilharia um sol
Meu bem, o pouco que eu posso te dar
É tudo o que eu já te dei e que não te bastou

Falta um pouco de luz nos seus olhos
e me dá saudade o seu rosto brilhando ao sol
Falta um pouco de amor no seu corpo
e eu não posso te dar pois em mim faltará também

Eu sei que você vê tudo o que eu faço
Eu sei que você lê tudo o que escrevo
Escrevo pra você

(I know that you see everything I do
I know that you read everything I write
I write it for you)"

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006



Porque eu to voltando... :)

domingo, 22 de janeiro de 2006

Eu moro aqui!

Acabo de descobrir um site muito legal, onde se pode ver fotos de satelite de lugares nos EUA: http://local.live.com. Achei fantastico! Pena que nao funciona para o Brasil...

Olha so onde eu moro, por exemplo:

Essa é a entrada do predio...
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... e olhando pelo outro lado, essa é a janela da minha casa:
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É divertido ficar buscando lugares famosos, porque se tem uma visao completamente diferente, do alto.

Eu tentei Washington DC, o Pentagono, o antigo World Trade Center, Las Vegas, as cataratas do Niagara...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

2005 foi...

Roubei esse questionário de alguem que roubou esse questionario de um blog ai...

O ano ja começou faz um tempinho, mas ainda da tempo de fazer umas reflexoes retrospectivas, ne?

+ o que você fez em 2005 que nunca fez antes?
morar fora do Brasil

+ você manteve as resoluções de ano novo de 2005, e fará novas para 2006?
nao consegui cumprir nem a metade (e olha que eram so 3!). Dado esse fato, pensei, pensei e resolvi nao fazer resoluçao nenhuma pra 2006. Talvez seja mais facil fazer uma revoluçao!

+ que lugares você visitou?
varios lugares no Mexico, Quebec e Montreal, Nova York, Barra do Una e Istambul.

+ o que você gostaria de ter em 2006 que faltou em 2005?
um namorado

+ que data de 2005 vai ficar marcada em sua lembrança?
26 de setembro

+ qual sua maior realização no ano?
realizacao, de me sentir realizada, foi ter voltado pro Brasil depois da temporada no Mexico. Mas realizacao no sentido de conquistar algo, acho que foi meu emprego na ONU, claro.

+ qual foi o seu maior fracasso?
nao ter aguentado a barra de ficar longe de casa

+ você teve alguma doença?
alguma gripezinha basica, nada serio

+ qual foi a melhor coisa que você comprou?
meus 2 narguiles

+ que comportamento mereceu comemoração?
aprender a nao colocar a culpa nos outros pelo que me acontece

+ que comportamento foi deprimente?
beber ate passar mal

+ pra onde foi a maior parte do seu dinheiro?
viagens e aluguel, sem duvida...

+ o que te deixou realmente excitado:
uma blusa de la da Zara! Tive que comprar na hora. E ir pra Istanbul...

+ que canções sempre vão te lembrar de 2005?
"Too hot", do Kool & The Gang, e "Ainda bem", da Vanessa da Mata

+ comparando-se com essa época, no ano passado, você está:

I. mais feliz ou mais triste? mais feliz
II. mais magro ou mais gordo? mais magra
III. mais rico ou mais pobre? mais rica

+ o que você queria ter feito mais?
queria ter ido a praia mais vezes

+ o que você queria ter feito menos?
ir na onda dos outros

+ você se apaixonou em 2005?
uma vez... e ainda estou de ressaca!

+ qual foi seu programa de TV favorito?
nao assisto tv, mas no dvd fiquei mega fa de "Sex in the City"

+ você odeia alguém hoje que não odiava há um ano?
nao odeio ninguem, mas me chateei com algumas pessoas... ainda bem que ja ta passando.

+ qual foi o melhor livro que você leu?
"Nao se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo", do Nelson Rodrigues

+ qual foi a sua maior descoberta musical?
Damien Rice

+ o que você quis e conseguiu?
morar fora do Brasil

+ o que você quis e não conseguiu?
ter um namorado

+ qual foi seu filme preferido?
Closer

+ o que você fez no seu aniversário?
tomei todas e dancei ate as 5 da manha! Mas a melhor parte foi a festa de aniversario que os amigos fizeram pra mim la em casa, mesmo eu nao estando la! :))

+ o que teria feito o seu ano infinitamente melhor?
ter menos expectativas

+ como descreveria seu modo de se vestir em 2005?
progressivamente fashion

+ o que manteve a sua sanidade?
yoga e meditaçao

+ qual celebridade você mais admirou?
fala serio...

+ qual episódio da política que te deixou mais puto?
a ONU nao aceitar o G4 como membros permanentes do conselho de segurança

+ de quem sentiu falta?
da Dé... e do A., muita.

+ quem foi a pessoa mais legal que você conheceu?
cara, nao consigo lembrar de muita gente que eu tenha conhecido em 2005... a maioria dos meus amigos vem de muito mais longe. Mas pra citar um nome, eu diria que foi a Heather.

+ diga uma lição valorosa que aprendeu em 2005:
DON'T PANIC!

Match point

Fui assistir o novo filme do Woody Allen. A principio, nao parece um filme do Woody Allen, por duas coisas basicas: o cenario e a musica. Mas no fim, trocando Manhattan por Londres e o dixieland por opera, olhando de perto, esta tudo la: as intrigas, as hipocrisias, as beldades e maldades do ser humano. E o sotaque britanico é um charme.

O filme fala sobre sorte. O que é sorte? O que é destino? O que decide pra que lado da rede vai cair a bolinha? Um dos personagens diz: "Eu nao acredito em sorte, acredito em trabalho duro". Hmmm... em termos.

Enfim, o fato é que eu ando trabalhando duro ultimamente. Nesse ponto, eu preferia ter um pouco menos de "sorte"...

***

Estou sonhando com a hora de por os pes de volta no Brasil. Mais do que passar o Carnaval na Bahia, mal posso esperar pelos (escassos) 4 dias que vou estar em Sampa. Saudade de casa, de colo, de carinho. De todo mundo.

domingo, 1 de janeiro de 2006

O primeiro dia de tudo

Primeiro de janeiro: Dia Internacional de Nao Fazer Nada. Nao sei se é pela ressaca de festa ou por essa sensaçao de recomeço, o silencio que precede o esporro, que domina o primeiro dia do ano, mas é sempre assim. O primeiro dia do ano é o primeiro dia de tudo.

Nao sai de casa, nem tirei o pijama. Passei o dia na maior preguiça, tomei chimarrao, organizei os meus CDs (finalmente, chegou a mudança!), respondi e-mails, atualizei (sic) o meu fotolog e tirei uma sonequinha rapida e gostosa a tarde.

Ontem teve festa de Ano Novo aqui em casa. Alem do povo que ja estava na casa (eu, Clau, Rosario e Gerardo), vieram o Luis, tambem do Mexico, com uma delegaçao de amigos bulgaros, a Carla, tambem brasileira, com o namorado alemao, e o Deniz, da Turquia. Ja estou me acostumando (bem) com esse lance de festa em clima de "United Nations".

Estava bem divertido, principalmente levando em conta a diversidade cultural do ambiente, mas o auge mesmo da festa foi passando a meia-noite, quando depois do brinde bem comportado, a Clau lembrou que afinal de contas a maioria de nos eramos latinos, e era Ano Novo, e os europeus que nos perdoem, mas a gente tinha mais é que comemorar, se abraçar e se beijar e botar um samba bem alto e pular Carnaval até cansar. E foi o maximo!!!

A festa so acabou porque o porteiro tocou o interfone la pelas 2 da manha pra avisar que os vizinhos estavam reclamando do barulho (!!). No fundo, a gente achou que era pura inveja da oposiçao, porque esses gringos nao sabem se divertir, e tem coisa pior do que aguentar alguem comemorando quando voce nao foi convidado pra festa?

E em 2006, eu continuo achando que eu vim a esse mundo é pra ser feliz!